Que nunca acabe a Liberdade de Expressão alcançada para que textos como estes nunca deixem de existir ;)
Divine head-hunting
Um começava a ficar preocupado com a ausência de notícias do grupo divino que veio à Terra para nos salvar de nós próprios.
Então encarregou Excrucialis Escrotum Micosis, diligente chefe da Repartição Divina Pública para Fazer que Trata de Todos os Assuntos em Geral mas que só Complica em Especial, de recrutar e seleccionar novo grupo de etéreos elementos.
-Seguinte! - Chamou, sentado atrás do divino balcão de atendimento. - Sente-se e diga o seu nome.
- Jesus - respondeu o ser de barba e longos cabelos negros que se sentava à sua frente.
- Obrigado, mas não espirrei. Como se chama?
- Jesus Cristo - respondeu o outro pacientemente.
- Bem, começou Micosis - sabe que estamos à procura de alguém que vá tratar de um pequeno assunto num sítio minúsculo, só tipo rotina e para evitar que toda a existência tal como a conhecemos vá para o cacete, não é verdade?
- Sim, claro.
- Então, quais são as suas habilitações e porque é que pensa que é o deus indicado para a função?
- Bem, tenho alguma experiência, pois já lá andei uns anos, contactei com diversos povos e as gentes adoravam-me.
Micosis coçou a ponta do nariz enquanto tirava notas e consultava o processo do candidato, percorrendo calma e atentamente com os invisíveis dedos o currículo que segurava.
- Olha, Cristo, pelo que tenho aqui, parece que andaste lá pelo Médio Oriente (uma zona lixada, digo-te já, não têm sentido de humor nenhum), de facto. Mas dificilmente agitar um povo de campónios contra uma florescente civilização Romana e acabar pregado numa cruz pode integrar os conceitos de experiência e adoração. Percebes? Andor.
Cristo levantou-se e andou.
- Próximo!
- Sou eu…- respondeu uma voz sumida.
- Próximo! - Repetiu, aumentando alguns decibéis.
- Sou eu… - respondeu uma voz ainda mais sumida.
Micosis olhou para baixo. À sua frente estava um pequeno ser enrolado num lençol, de tez escura e óculos na ponta do etéreo nariz.
- Quem és tu, ó monhé?
- Ghandi.
- Grande quê?
- Sou Ghandi.
Micosis perdeu a paciência.
- Olha, és mas é um Ghandi palerma e, para ti, duas palavras: insuficiente métrico. Estamos à procura de gente capaz, não de vendedores de rosas de plástico ou donos de lojas de móveis na Almirante Reis. Andor. PRÓXI…
Uma súbita explosão abalou a divina Repartição.
- Pronto, lá anda o palhaço do Maomé a explodir-se outra vez, raios o partam.
Olhou para o relógio sobre a diáfana porta de entrada.
- Bem, 17 horas. Hora de fechar e comunicar ao Divino que ainda não foi hoje….
A conspiração
Cristo e Gandhi estavam sentados à mesa de um sobrenatural café quando entra Martin Luther King.
- Yôoo!- entoam em uníssono.
Gandhi levanta o translúcido bracito e dá mais 5 a Martin:
- T’asse bem! acrescentou o mini-indiano.
- Então, pá, continuas a sonhar ou já acordaste? Perguntou Jesus.
- LOL!- soletrou em voz alta Gandhi.
Martin puxou uma cadeira, que rangeu no diáfano chão invisível, sentando-se tão pesadamente quanto o seu etéreo volume permitia. Com voz grave e sussurrante, com cara de poucos amigos, avisou os outros:
- É para amanhã.
Os outros ficaram subitamente sérios, aquiescendo.
- Não há possibilidade de alguém recuar? Perguntou Jesus.
Martin abanou a cabeça firme e decididamente.
- Não, ela está à nossa espera.
Gandhi tirou uma cagaita do nariz.
- Então quer dizer que Um tem os dias contados?, perguntou o chamuça concentrada.
Martin Luther King acenou afirmativamente:
- Um tem sido idiota, protelando a solução final para o nosso Universo. Põe tudo em risco por causa daquela caca daquela galáxia onde vivem aqueles nabos e para onde mandou os outros idiotas e a boazuda.
Jesus interveio:
- Mas quem de nós vai assumir o lugar de Um e reordenar o Universo, designadamente apagando do mapa essa tal de Terra?
- Quem achas que vai ser? Retorquiu King.
- Ela? Perguntou o mini-monhé.
Jesus sorriu:
- Gandhi, meu pequeno Chicken Masala, se enfiasses o lençol pelo focinho abaixo e lhe fizesses dois buraquinhos no lugar dos olhos e voasses daqui para fora não estava nada mal pensado. Não, a lógica diz que tenho de ser eu o futuro Regulador da Existência.
- Porquê? Perguntaram de imediato os outros dois.
Jesus hesitou:
- Bem, ela é mulher, aqui o Gandhi é… ahem, pequeno, e tu… bem tu…
Martin Luther King levantou-se impetuosamente, fazendo com que a cadeira voasse pela divina sala.
Gandhi escondeu-se prontamente debaixo da mesa.
- Tás-me a chamar preto??
Jesus de imediato assume a pose Karate Kid, revelando nada trazer sob a túnica.
- Não, és um maço de algodão, ó caramelo.
- Agora chamas-me escravo??!!
Cristo muda o pé de apoio:
- Aconselho-te calma, escarumba, que estas sandálias estão registadas como armas mortíferas.
Os espíritos entreolham-se por breves momentos.
Gandhi solta um pum sob a mesa.
- É melhor encontrarmo-nos amanhã atalhou Martin Luther King.
- No sítio. - Concordou Jesus. E levo aqui o Arroz de Caril.
Nem uma palavra ou som aerofágico se tornou a ouvir.
Martin Luther King saiu, Cristo e Gandhi imitaram-no alguns minutos depois.
Divine head-hunting
Um começava a ficar preocupado com a ausência de notícias do grupo divino que veio à Terra para nos salvar de nós próprios.
Então encarregou Excrucialis Escrotum Micosis, diligente chefe da Repartição Divina Pública para Fazer que Trata de Todos os Assuntos em Geral mas que só Complica em Especial, de recrutar e seleccionar novo grupo de etéreos elementos.
-Seguinte! - Chamou, sentado atrás do divino balcão de atendimento. - Sente-se e diga o seu nome.
- Jesus - respondeu o ser de barba e longos cabelos negros que se sentava à sua frente.
- Obrigado, mas não espirrei. Como se chama?
- Jesus Cristo - respondeu o outro pacientemente.
- Bem, começou Micosis - sabe que estamos à procura de alguém que vá tratar de um pequeno assunto num sítio minúsculo, só tipo rotina e para evitar que toda a existência tal como a conhecemos vá para o cacete, não é verdade?
- Sim, claro.
- Então, quais são as suas habilitações e porque é que pensa que é o deus indicado para a função?
- Bem, tenho alguma experiência, pois já lá andei uns anos, contactei com diversos povos e as gentes adoravam-me.
Micosis coçou a ponta do nariz enquanto tirava notas e consultava o processo do candidato, percorrendo calma e atentamente com os invisíveis dedos o currículo que segurava.
- Olha, Cristo, pelo que tenho aqui, parece que andaste lá pelo Médio Oriente (uma zona lixada, digo-te já, não têm sentido de humor nenhum), de facto. Mas dificilmente agitar um povo de campónios contra uma florescente civilização Romana e acabar pregado numa cruz pode integrar os conceitos de experiência e adoração. Percebes? Andor.
Cristo levantou-se e andou.
- Próximo!
- Sou eu…- respondeu uma voz sumida.
- Próximo! - Repetiu, aumentando alguns decibéis.
- Sou eu… - respondeu uma voz ainda mais sumida.
Micosis olhou para baixo. À sua frente estava um pequeno ser enrolado num lençol, de tez escura e óculos na ponta do etéreo nariz.
- Quem és tu, ó monhé?
- Ghandi.
- Grande quê?
- Sou Ghandi.
Micosis perdeu a paciência.
- Olha, és mas é um Ghandi palerma e, para ti, duas palavras: insuficiente métrico. Estamos à procura de gente capaz, não de vendedores de rosas de plástico ou donos de lojas de móveis na Almirante Reis. Andor. PRÓXI…
Uma súbita explosão abalou a divina Repartição.
- Pronto, lá anda o palhaço do Maomé a explodir-se outra vez, raios o partam.
Olhou para o relógio sobre a diáfana porta de entrada.
- Bem, 17 horas. Hora de fechar e comunicar ao Divino que ainda não foi hoje….
A conspiração
Cristo e Gandhi estavam sentados à mesa de um sobrenatural café quando entra Martin Luther King.
- Yôoo!- entoam em uníssono.
Gandhi levanta o translúcido bracito e dá mais 5 a Martin:
- T’asse bem! acrescentou o mini-indiano.
- Então, pá, continuas a sonhar ou já acordaste? Perguntou Jesus.
- LOL!- soletrou em voz alta Gandhi.
Martin puxou uma cadeira, que rangeu no diáfano chão invisível, sentando-se tão pesadamente quanto o seu etéreo volume permitia. Com voz grave e sussurrante, com cara de poucos amigos, avisou os outros:
- É para amanhã.
Os outros ficaram subitamente sérios, aquiescendo.
- Não há possibilidade de alguém recuar? Perguntou Jesus.
Martin abanou a cabeça firme e decididamente.
- Não, ela está à nossa espera.
Gandhi tirou uma cagaita do nariz.
- Então quer dizer que Um tem os dias contados?, perguntou o chamuça concentrada.
Martin Luther King acenou afirmativamente:
- Um tem sido idiota, protelando a solução final para o nosso Universo. Põe tudo em risco por causa daquela caca daquela galáxia onde vivem aqueles nabos e para onde mandou os outros idiotas e a boazuda.
Jesus interveio:
- Mas quem de nós vai assumir o lugar de Um e reordenar o Universo, designadamente apagando do mapa essa tal de Terra?
- Quem achas que vai ser? Retorquiu King.
- Ela? Perguntou o mini-monhé.
Jesus sorriu:
- Gandhi, meu pequeno Chicken Masala, se enfiasses o lençol pelo focinho abaixo e lhe fizesses dois buraquinhos no lugar dos olhos e voasses daqui para fora não estava nada mal pensado. Não, a lógica diz que tenho de ser eu o futuro Regulador da Existência.
- Porquê? Perguntaram de imediato os outros dois.
Jesus hesitou:
- Bem, ela é mulher, aqui o Gandhi é… ahem, pequeno, e tu… bem tu…
Martin Luther King levantou-se impetuosamente, fazendo com que a cadeira voasse pela divina sala.
Gandhi escondeu-se prontamente debaixo da mesa.
- Tás-me a chamar preto??
Jesus de imediato assume a pose Karate Kid, revelando nada trazer sob a túnica.
- Não, és um maço de algodão, ó caramelo.
- Agora chamas-me escravo??!!
Cristo muda o pé de apoio:
- Aconselho-te calma, escarumba, que estas sandálias estão registadas como armas mortíferas.
Os espíritos entreolham-se por breves momentos.
Gandhi solta um pum sob a mesa.
- É melhor encontrarmo-nos amanhã atalhou Martin Luther King.
- No sítio. - Concordou Jesus. E levo aqui o Arroz de Caril.
Nem uma palavra ou som aerofágico se tornou a ouvir.
Martin Luther King saiu, Cristo e Gandhi imitaram-no alguns minutos depois.
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