Desta vez, não podia deixar passar esta oportunidade para falar do mundo esquecido “o Terceiro”. A capa da revista TIME acaba de eleger as personalidades do ano: o casal mais rico do mundo, Melinda e Bill, e Bono, o grande vocalista dos U2.
Juntos, na mesma fotografia, estes são os três maiores beneméritos da década, pelo volume de verbas movimentadas e pelas influências que granjearam junto de políticos e decisores mundiais. Foram eles que tornaram possível o perdão de uma parte muito significativa da dívida dos países mais pobres e a salvação de muitas centenas de milhar de almas, por esse mundo fora, através do combate à fome e à doença.
A Fundação Bill e Melinda Gates tem um património dois mil milhões de dólares superior ao orçamento que a UE atribuiu ao nosso país, como derradeira ajuda ao nosso desenvolvimento de 2007-2013- USD29 mil milhões. O impacto destas ajudas é impressionante, quando analisamos a escala de pobreza que mede o esquecimento e a injustiça nestes territórios. As áreas de influência têm-se concentrado no auxílio à saúde pública mundial, educação e bibliotecas.
Bono e Bob Geldof organizaram o Live 8 este ano e conseguiram agitar a cabeça de quase metade da população do planeta. A capacidade de mobilização de jovens e menos jovens, de anónimos e de altos dignitários serve-nos de exemplo e de estímulo ao nosso esforço diário, onde quer que estejamos.
Como tem sido noticiado, um dos grandes esforços financeiros tem-se concentrado no apoio à investigação em Malária, Sida e Tuberculose, nas doenças da pobreza. Estes dramas sociais e de saúde pública já não envolvem apenas os países directamente afectados, mas ameaçam também a integridade dos países mais ricos. Aliás, Portugal, pela sua posição geográfica e tradição histórica, está particularmente susceptível.
A globalização é uma fatalidade. Fomos nós, portugueses, que a inventámos, há quase seis séculos. Hoje, não podemos esquecer as nossas responsabilidades e devemos partilhar tarefas na resolução empenhada destes problemas. Amanhã, poderemos ser nós, os afectados pela doença e pela miséria. As nossas fronteiras já não são barreira para estes males.
A solidariedade é a solução e a Investigação científica, uma parte da estratégia. A prevenção primária continuará a ser o instrumento de saúde mais forte, mas se tivéssemos vacinas para estas três patologias estaríamos mais serenos neste momento.
Estes são os exemplos que saudamos e são também os sinais de que alguns, pelo menos, estão conscientes que o caminho se faz por aqui. Sigamos então em frente.
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