Com base nos dados constantes no site da Fórum Estudante, e que resultam do tratamento da informação colocada pelas instituições de ensino superior naquela plataforma online, criou-se um ranking dos cursos com mais saída, até aos que têm menos. Os dados apresentados referem-se a 2011. Veja aqui algumas das licenciaturas que menos saída profissional têm.
1. Filosofia. Por muito atrativo que seja estudar o pensamento de Aristóteles, Sócrates ou Platão, a verdade é que as saídas profissionais para os licenciados em Filosofia são cada vez mais estreitas. A ideia (errada) de que se trata de uma disciplina perfeitamente dispensável nos dias que correm afasta-a das preferências de muitos alunos. A taxa de empregabilidade entre os licenciados da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa nesta área está pouco acima dos 16%.
2. Radiologia. Os cortes na saúde não são boa notícias para que escolheu Radiologia como via profissional. É que este é um dos cursos com mais alta taxa de desemprego pós-licenciatura. No curso do Instituto Politécnico de Coimbra, apenas 30% dos estudantes que terminaram o curso conseguiram colocação no mercado de trabalho.
3. Relações Internacionais. Foi um curso muito popular durante os anos de 1990. A plena integração europeia e a internacionalização e globalização económica deram asas à licenciatura. Mas os tempos de ouro já lá vão há muito. Atualmente, o desemprego atinge cerca de 50% dos licenciados que tiram este curso na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
4. Ciências da Comunicação. Os cursos de comunicação social foram-se multiplicando à mesma velocidade que o mercado se ia contraindo e muitas publicações fechavam portas. O programa acabou por se ir alargando às assessorias mediáticas, permitindo mais algumas saídas profissionais. Mas, nos dias que correm, é uma escolha de alto risco, com altíssimas taxas de desemprego. No curso disponível na Escola Superior de Viseu, por exemplo, apenas 52% dos licenciados conseguiu começar a trabalhar. Mas desde então, o mercado estreitou-se ainda mais.
5. História. Um dia vai ser preciso alguém para contar toda a história dos tempos conturbados que se vivem em Portugal. Mas atualmente, tirar o curso de História é um passo de gigante para o desemprego. Pelo menos para quem quiser exercer a atividade. A vertente do ensino está praticamente fechada e a investigação apresenta idênticas dificuldades de acesso. Aproximadamente metade (55%) dos formados em História pela Universidade de Lisboa não conseguem trabalho na área.
6. Psicologia. Aqui está outra licenciatura que, eventualmente, poderá ainda vir a ser muito útil aos portugueses. No entanto, a realidade atual é de que se trata de um curso com cada vez menos saída profissional, com altas taxas de desemprego entre os licenciados. No Instituto Superior da Maia, por exemplo, apenas 31% dos licenciados entrou no mercado de trabalho.
7. Bioquímica. A Bioquímica, anteriormente chamada de química biológica ou fisiológica, é uma ciência interdisciplinar que estuda principalmente a química dos processos biológicos que ocorrem em todos os seres vivos. É voltada principalmente para o estudo e tecnologia da estrutura e função de componentes celulares. Mas não tem muita saída. A taxa de sucesso dos licenciados em Bioquímica na Universidade Nova de Lisboa anda pelos 15,3%.
8. Línguas e Literaturas. Nem com o novo Acordo Ortográfico o curso de Línguas e Literaturas consegue ter mais saídas profissionais. Uma vez mais, a vertente ensino está completamente esgotada e a única hipótese para quem é formado nesta área parece ser mesmo sair da «zona de conforto». É que na Universidade de Lisboa, a título de exemplo, apenas 25% dos licenciados nesta área conseguiu emprego.
9. Estudos Europeus. É verdade que nunca se falou tanto de Europa como atualmente, mas a verdade é que esta é uma licenciatura com pouquíssimas hipóteses de saída profissional. Na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a taxa de licenciados nesta área a conseguir emprego era de 18%…
10. Ciências Bioanalíticas. É o curso com menos possibilidades de saída profissional. Tem competências multidisciplinares com aplicação em áreas analíticas e pré-clínicas de controlo da qualidade alimentar, ambiental, agro-ambiental, de produtos farmacêuticos e cosméticos, de águas, efluentes e solos, bem como de análises químico-biológicas de aplicação ao diagnóstico clínico e toxicológico. Só existe da Universidade de Coimbra e a taxa de empregabilidade em 2011 era de apenas 15%.